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Três dias de encontro.

Um dia, um amigo me pegou de carro e me levou para fazer a inscrição de um encontro que -  segundo ele -  mudaria a minha vida. Passou na minha casa em um domingo, por volta das 8hs. Levantei bem desanimado e me arrumei, enquanto isso ele não saiu da porta de casa. No primeiro momento eu aceitei para não o contrariar. Muitas vezes a gente faz as coisas pelo outro, e não pensando em nosso bem estar. Enfim... Lá estava eu assinando a inscrição. Passaram-se semanas e nada, até que recebi uma ligação marcando que iriam me buscar na porta de casa. Bacana, pensei.

O encontro chegou e, como marcado, chegaram a minha casa no horário correto - amo pessoas que não me deixam esperando. Confesso que no primeiro dia eu tive vontade de correr, não entendi nada, e ainda estava bem tímido. No segundo dia, a coisa foi mais tranquila e então, comecei a entender. O terceiro dia e o fim. Confesso que saí de lá renovado e agradecido. Até liguei pro meu amigo - aquele que me levou para fazer a inscrição - e agradeci.

Passaram-se alguns anos e em um embate estou. Tudo era muito animado, quando fiz e quando ajudei a fazer. Mas, confesso que estou desapontado. Comecei a observar e vi que ali existem brigas de egos, existem panelinhas e existem exclusões. Como de costume, comentei o que eu estava achando incoerente, e como esperado, quase fui apedrejado por dar minha opinião.

A desculpa é que “QUERO DAR O MEU MELHOR, PORQUE PRA DEUS TEMOS QUE DAR O MELHOR.” E concordo. Mas dar o melhor não significa esbanjar, não significa dar o mais caro. O intuito disso tudo, até onde eu entendo, é mostrar que o simples é importante.  Ok. Vamos dar a eles, nos três dias, as melhores coisas. Mas e quando ele voltar pra casa será que ele vai valorizar o pouco, o simples, o suado? Acredito que não. O encontro é justamente para esse propósito - mostrar que mesmo simples e precário é o que a família pode oferecer. E que isso deve ser valorizado, porque ali existe muito suor e amor.

Mas, quando eu disse isso, fui taxado de “incompetente, que não dá valor...” Bacana. Mas eu acho que tudo deve ser feito, e não ficar comprando. Assim, confesso que estou farto desses três dias. Confesso ainda que amo sim, o Príncipe. Mas as rosas estão descontroladas!